"Prantos que Rolam"
Em plena escuridão,
Desaforos feitos,
Machucando um pobre coração
Cada vez que passa o tempo,
Um coração se auto destrói
No meu peito, ainda bate aquele vento
Que por dentro, ainda me corrói
Lágrimas que caem,
Aqui neste chão de concreto,
As nuvens se desmancham,
Por ver seu olhar, assim tão falso e discreto
Me sangraram por dentro,
Não me deixando mais viver
Meu sangue e meu pranto estão como um cimento,
Só querendo me corroer.
"O Tempo"
Porque todos já se foram,
e nem me esperaram
Para que ficar relembrando os momentos tristes,
Se o momento já passou
Ficar a desejar o que não é seu,
Se para você não importa,
Mas para os outros tem valor
O que eu espero, mas não me controlo,
Pelo tempo que passa,
Mas não tem graça, mas não tenho mais aquele sorriso
Se o tempo apaga,
Porque não quebra os azulejos e os pisos
O piso que eu pisei,
O olhar que olhei,
Do teu olhar,
Que nunca mais avistei!
"Um Filósofo Épico"
Cabeça pensa
Cícero e a bicicleta
No ápice da essência
Esboçando um caminho
Da crença densa
Traçando a reta
Na curva da existência
De volta ao ninho
Nas asas do passarinho
Cícero e a meta
Contra o ar da resistência
E o horizonte azul marinho
Na tempestade tensa
Cícero é o planeta
No engenho da insistência
Engrenando um moinho...
"Tratado Poético de Lumézio
A Saga é Sagaz"
Em mim habitam vários eus,
Que ligam teias cósmicas
Fora do tempo,
Longe do espaço
Sou de carne,
Fé e osso,
Com a guilhotina no pescoço...
"Vestígio de Logos"
A psicanálise de Freud
O crânio de Einstein
A evolução de Darwin
O socialismo de Marx
São quatro eixos
Da ordem crivo
Do advento alusivo
Espelhado na morte de Deus
Segundo Zaratustra Nietzsche
Em êxtase infindável
Contra o vento invisível
Aos quatros eixos
Da ordem crivo
Do advento representativo
Que seduz a vontade
Segundo Arthur Schopenhauer
Em solidão fênix
Antes do Nirvana...
A ave estrigiforme
Consome o roedor prolífico
Num liame racional
Contrassenso empírico
Do lodo até a imaginação
Em matéria de espírito.
"Oração Cisão"
Pelos lampejos de Sêneca
Nos seios de Eureka
Sem ácido lisérgico
Caminho psicodélico
Cruzando a teia metafísica
Surge a centelha lírica
Dos estalos até as cinzas
De um velho Ano Novo
Rumo ao introspectivo ovo
Como a águia voraz
Retornando para Terra Prometida
Oh, angustiante morte vida
Devorando o escroto subterrâneo
Num esgoto contemporâneo
Abafa o ar cético
Do voo poético
E produz a semente
Em opereta triunfante
Na cólera da noite
Oh, angustiante vida morte
Salvai-nos do defeito
De algum efeito
Daquele sensível afeto
Que vira desafeto
Por causa do maldito bicho
Na encruzilhada do lixo...Lumaê!
"Caule Oco"
Taquaritinga
Ainda sobrenome
Cultura ou fome
A sina consome
Taquaritinga
Fogo na binga
A história pinga
Arte ou política
Cuidado com a crítica
Pois a Província é lírica...
Taquaritinga
Sempre singra
O Império não finda
E o sonho míngua
Numa velha poesia
Taquaritinga...
Luiz Fernando Sant'Anna
Pseudônimo: "Lumézio"
Pedagogo